Venho estudando a relação das quilhas com a performance das pranchas desde antes de me tornar surfista profissional, assim que a FCS lançou as quilhas removíveis.
Logo percebi a grande diferença que uma mudança de quilha causava na performance de uma prancha. As quilhas maiores gerando mais força e consequentemente mais velocidade, enquanto as quilhas menores geram menos força porém deixando as pranchas mais soltas e manobráveis.
Percebi também que além do tamanho, a flexibilidade dos materiais e o design também tinham grande influência, os mais rígidos com mais força e os mais flexíveis com menos, os designs mais inclinados para trás com mais força e os mais inclinados para frente com menos.
Quando me tornei shaper, descobri que haviam muitas outras variáveis relacionadas às quilhas que poderiam deixar uma prancha mais dura, veloz, solta e até mesmo mágica, como a posição que o shaper define a quilha na prancha, mais pra frente com mais força, mais pra trás com menos, mais pra fora ou perto da borda com mais força, mais para dentro ou longe da borda com menos. Tem ainda a inclinação lateral, que quando mais acentuada facilita nas curvas e quando mais reta faz a prancha correr para a frente gerando velocidade e o direcionamento que, quando mais angulado em direção ao bico, deixa a prancha mais solta e manobrável e quanto mais paralelo bota a prancha pra correr!
Se você ainda levar em conta que pode misturar na mesma prancha quilhas maiores e menores ao mesmo tempo, e que ainda tem as variações de mono, bi, tri e quad, com todas as suas variáveis, poderá ter uma noção da multiplicidade de opções. E se de fato testar na água, algo que venho fazendo nos últimos 30 anos, perceberá o tamanho da diferença que as quilhas podem fazer.
Quando falo de prancha mágica, estou falando de um instrumento afinado. Gosto de comparar a prancha com o violão e as quilhas sendo as cordas: Se o violão, por melhor que seja, não estiver afinado, não tem magia, e não dá nem para tocar, e com as pranchas ocorre o mesmo. A prancha mágica é a prancha que está afinada, é quando existe harmonia entre a prancha e as quilhas, geralmente por sorte, raramente por conhecimento e quantidade de quilhas testadas na água para que a prancha esteja de fato afinada. É por isso que os surfistas profissionais encomendam 10 pranchas iguais com os seus shapers, mas na realidade elas “só parecem iguais” pois quando botam na água funcionam bem diferentes umas das outras.
O processo de instalação dos plugs de quilhas, padrão no mundo todo, até hoje ainda é bastante rudimentar, incluindo lápis, régua, ferramentas de corte manual, um buraco maior do que a peça para que haja espaço para a resina ou massa para preencher, deixando a instalação reforçada e imprecisa. Na maioria das fábricas ainda é usada a fita crepe para segurar os gabaritos na posição certa, a resina se move, contrai e dilata conforme a temperatura e por fim, esse serviço costuma ser feito por um profissional de baixa remuneração e qualificação, o resultado de tudo isso não poderia ser outro. É muito raro uma fábrica que consiga reproduzir com precisão a posição das quilhas.
Certa vez, ainda como atleta, medi com uma régua de alumínio a direção das quilhas de 60 pranchas, marcando a posição da projeção das mesmas no bico das pranchas e o resultado foi o seguinte: 59 pranchas não tinham simetria entre a posição da quilha direita e esquerda ou seja não apontavam para o mesmo ponto do bico, entre essas 59 pranchas estavam as melhores pranchas que tive na minha carreira de atleta até a ocasião. Com variadas marcas, muitas internacionais, incluindo as consideradas melhores do mundo, apenas uma prancha entre as 60 estava com as quilhas em posição simétrica e para minha surpresa era uma prancha de fundo de quintal que um amigo shaper iniciante havia feito, ou seja foi sorte de principiante.
Desde então venho estudando, treinando funcionários e aprimorando o método de instalação de quilhas na Powerlight, mas principalmente venho testando todas as minhas pranchas na água com diversas quilhas. Recentemente desenvolvi um trabalho com meu patrocinador de quilhas, ASFins, alterando os ângulos das quilhas e temos colhido excelentes resultados.
Tenho dado cursos de surf, clínicas e palestras em diversos lugares, sempre incluindo esse tema e estarei sempre postando novidades nas redes sociais, tanto minhas quanto da Powerlight. Quem tiver interesse no assunto é só entrar em contato com a gente, mas a melhor dica que eu posso te dar agora é a seguinte: Tenha no mínimo um jogo de quilhas grandes, um pequeno e um médio. Independente do seu tamanho, teste todas as opções que você dispõe na água e sinta a diferença, afinal, você pode estar tocando com um violão desafinado.
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